Poesia Espanhola Anos 90
Poesia Espanhola Anos 90
Autor: Joaquim Manuel Magalhães
Editora: Relógio D'Água
104 páginas
Ano: 2000
ISBN: 9789727086009
Joaquim Manuel Magalhães tem vindo, de há alguns anos para cá, a prestar uma especial atenção à poesia espanhola contemporânea, e publicou na editora Relógio d'Água os livros "Poesia Espanhola de Agora"(1997), "Trípticos Espanhóis, 1º" (1998) e "Trípticos Espanhóis, 2º" (2000). Esta divulgação entre nós da poesia espanhola mais recente, tem-na o poeta feito também ultimamente, de forma regular, no semanário "O Independente", onde colabora, alternando semanalmente as suas traduções com a sua própria poesia.
"Poesia Espanhola, Anos 90", uma antologia que Joaquim Manuel Magalhães organizou e traduziu, dos poetas espanhóis que iniciaram a publicação em livro nos anos 90, sendo esta baliza da década, diz JMM, apenas uma questão temporal de organização, e não "um valor estético em si". Até porque a poesia destes 30 poetas que Magalhães nos dá a conhecer (com 3 poemas e uma breve nota crítica para cada um deles) é bastante heterogénea, quer na sua génese, quer no seu discurso ("esta escolha foi feita tendo em conta a qualidade das diferenças que pensei pressentir"). Ou, como sintetiza José Angel Cilleruello, no final do posfácio a este volume, sobre as várias sensibilidades, ou "experiências poéticas", dos poetas seleccionados:
"Tão autêntica é a experiência poética (sublinhar este adjectivo é imprescindível para não confundir posturas vitais, mais ou menos atraentes, com a projecção artística das mesmas) cósmica, mística, visionária ou metafísica de Eduardo Moga, Diego Doncel, Antonio Lucas e Jordi Doce, como a percepção da quotidianidade nas suas contradições ou com intenções claramente políticas de Jesús Urceloy, Antonio Orihuela e Enrique Falcón. Ou como a de encarar este mundo quotidiano do lado de dentro, procurando nos seus matizes solitários, na sua ternura, na sua ironia profunda, no seu simbolismo implícito ou na sua melancolia, tal como o fazem José Mateos, Abel Feu, Enrique García-Máiquez, Eduardo García e Marcos Tramón. Tão verdadeira como a de confrontar-se nos versos com a realiddae entediante e cinzenta, a degradação da paisagem, o desespero carcerário, a marginalidade das drogas de Juan Miguel López, Alfonso Barrocal, David González e Violeta C. Rangel. Ou a de abordar o amor a partir das suas razões morais, do seu arrebatamento de raiz clássica, das suas pequenas contradições de Luiz Muñoz, Juan Antonio González Iglésias e Silvia Ugidos. Ou a de falar da história com a única arma da ficção de José Luiz Rey. E noutra ordem de leitura, tão autêntico é o tom dilacerado de José Luiz Piquero e Jesús Llorente como o equilíbrio emocional de Carlos Martínez Aguirre e de Toni Montesinos Gilbert; igualmente autêntico é o jogo verbal de M.ª Eloy-García, o gosto pela ironia de Paulino Lorenzo, o exercício de depuração de Marcos Canteli, Ana Merino e Antonio Martiín, o domínio extraordinário da elipse de Pablo García Casado... Com estes 30 poetas autênticos poderiam reunir-se quase 30 antologias de tendência."
Marca | Relógio D'Água |
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