«André Breton, dos poucos a manter uma fé e uma confiança inabaláveis no futuro humano tal como o concebiam os utopistas do século xix, dedica este poema repassado duma tensão e dum entusiasmo maravilhosos a um dos espíritos que mais se empenharam em remar contra a maré cheia do conformismo, da opressão e da miséria. Fourier dá a impressão de pertencer a outro mundo, embora homens como Engels, Marx ou Lénine (absolutamente alheios ao que constituía o essencial da empresa de Fourier) tivessem elogiado a envergadura dialéctica do seu pensamento. É difícil conceber alguma obra mais avessa à rotina intelectual que leve os pensa dores, por muito reformistas que sejam, a propor apenas soluções de continuidade aos problemas do seu tempo.»