Pierre-André Taguieff sempre refutou a ideia, dominante nos finais dos anos 80, segundo a qual o racismo residiria na exclusão do outro e o anti-racismo na afirmação do direito à diferença. Esta retórica do multiculturalismo, simpática mas falsa, cegava muitas associações, que não perceberam que o direito à diferença, desembocando na diferença dos direitos e na recusa da mestiçagem, era um leimotiv da nova direita, habilmente retomado pela Frente Nacional. Nesta obra, a explicação é esclarecedora, tanto sobre a origem do racismo, que precede de longe o aparecimento da palavra, no século XIX, na Europa, como sobre a evolução permanente das formas de um fenómeno não natural mas bastante histórico, ou a ausência de laço automático entre preconceito racista e comportamento racista.