Neste livro, André Breton reúne um conjunto de textos; desde o Primeiro Manifesto, publicado originalmente em 1924, até aos textos sobre a posição política do surrealismo, passando pelo incrível «Peixe Solúvel», uma compilação de textos automáticos.
«O homem põe e dispõe. Só a ele cabe pertencer-se todo inteiro, isto é, manter em estado anárquico a faixa cada vez mais temível dos seus desejos. A poesia ensina-lho. Ela traz consigo a compensação perfeita das misérias que suportamos. Ela pode ser uma ordenadora, também, se sob o efeito de uma decepção menos íntima nos lembrarmos de a tomar ao trágico. Venha o tempo em que ela decrete o fim do dinheiro e só ela parta o pão do céu para a terra! Haverá ainda assembleias nas praças públicas, e movimentos em que não esperastes tomar parte. Adeus, selecções absurdas, sonhos de abismos, rivalidades, longas paciências, fuga das estações, ordem artificial das ideias, rampa do perigo, tempo para tudo! Dêmo?-nos apenas ao trabalho de praticar a poesia. Não nos caberá a nós, que já vivemos dela, procurarmos fazer prevalecer o que temos para nossa mais ampla informação?»