«As Cartas que Antonio Gramsci escreve a partir da prisão, durante a sua longa detenção nos cárceres fascistas, de 1926 a 1937, constituem um livro apaixonante. Uma obra que se torna involuntariamente literária e que ultrapassa os limites da simples correspondência, enriquecida por aquela beleza e criatividade que só uma obra de ficção consegue ter.
Estamos diante de uma narrativa, da história de uma vida que se desenrola à nossa frente com uma tragicidade e emotividade raramente atingidas nos textos epistolares. E a sua importância não é só literária, estes são textos que, apesar dos constrangimentos da censura fascista, se tornam fundamentais para percebermos o percurso ideológico e político do autor. Uma obra póstuma, um grito de dor e resistência que vê a luz só a seguir à morte do autor, em 1937, poucos dias depois da sua libertação.»