Ezra Pound: Os Lusíadas é melhor do que um romance histórico; dá-nos o tom do pensamento da época. [...] Camões sentiu a glória de Portugal como nenhum outro, mas esta glória foi efémera.
Camões escreve num estilo resplandescente e bombástico - que por vezes é poesia. A língua portuguesa, pouco musical, é subjugada, e os seus acordes dissonantes harmonizados. Como retórica colorida, Os Lusíadas dificilmente será ultrapassado, em minha opinião. O encanto deve-se ao vigor do autor, à sua unanimidade, à firme convicção da glória das coisas do mundo exterior - e há igualmente um certo prazer no contacto com o tipo de espirito de Camões, o espírito de um homem com suficiente entusiasmo para escrever um poema épico em dez Cantos sem nunca se deter em qualquer tipo de reflexão filosófica. Ele é o Rubens da poesia.